sexta-feira, 16 de julho de 2010

A troco de que?

LEI Nº 12.286, DE 13 DE JULHO DE 2010.
Proclama Olinda a Capital Simbólica do Brasil e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Em 27 de janeiro de cada ano, a cidade de Olinda, no Estado de Pernambuco, será reconhecida, durante esse dia, como a Capital Simbólica do Brasil.

Art. 2o A cada 50 (cinquenta) anos, durante as comemorações da Restauração Pernambucana e Nordestina, o Prefeito de Olinda e sua Câmara de Vereadores receberão os títulos simbólicos de Prefeito e Câmara de Vereadores Mor do Brasil.

Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
João Luiz Silva Ferreira

Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.7.2010


Alguém poderia me explicar o porquê de tal relevante lei?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

TIM (011)82101199

Me ligam da TIM e perguntam se tenho interesse na portabilidade. É brincadeira!
Nunca forneça dados por telefone, bem como jamais confirme estes dados, mesmo que a pessoa informe seu nome, CPF ou linha.
Operadora que liga de celular?!  Ha ha ha...   só rindo  :(

domingo, 4 de abril de 2010

A Escrava Isaura - Bernardo Guimarães


Raro são aqueles que não conhecem o infortúnio da "Escrava Isaura". Bela & Desejada por muitos,  apresentava um grande paradoxo com seus pares: tinha pele branca. Pois, sendo filha de uma mulata e de um homem branco, acabara suplantando o genótipo dos traços circassianos. Daí seu infortúnio: ser escrava branca, quando a única condição permitida por lei à servidão compulsória e não reconhecimento de seus direitos à personalidade era ser justamente "negro". Pelo visto a antinomia "filho de escravo, escravo é" foi fatalmente superior ao critério hierárquico "só negros podem ser escravos". Dessa forma, por ser uma exceção ao princípio permissivo da escravidão racial, Isaura é uma escrava branca.
Assim, está à mercê de Leôncio, um fazendeiro autoritário que não admite ser contrariado e quer possuí-la a qualquer custo, mesmo sendo casado. Para evitar o iminente defloramento, Isaura se vê obrigada a fugir e o resto é novela. Uma novela boa por sinal.
Gosto da essência deste livro, pois talvez seja a primeira quebra paradigmática racialista do Brasil. Caso Isaura fosse negra, inevitavelmente os leitores de Bernardo Guimarães não compadeceriam de sua personagem. Ao mesmo tempo, o argumento do livro, propositalmente, quebra a perversa lógica que sustentaria a ratio de escravizar e/ou comprar escravos, que é: não há lógica para escravizar. 

Primeiramente, analisando cientificamente, "raça" é um conceito usado vulgarmente para categorizar uma espécie biológica. Espécie é a última das estruturas hierárquicas da classificação científica usada em biologia, procedente do Gênero, que subsome na Família, por aí em diante. Portanto, não poderíamos discriminarmos por raça, pois somos todos Homo sapiens sapiens, com distintos traços, todavia, da mesma espécie. A única vez, em toda história da humanidade em que poderíamos ter-nos disjungido, seria à época em que o Homo sapiens neanderthalensis dividia a terra conosco. Infelizmente neandertalianos foram extintos, encerrando de vez a nossa "racilização". Destarte, é correta a afirmação: "quem tem raça é cachorro" e falaciosa afirmação: "pertenço a tal raça". Em suma, somos todos Homo sapiens sapiens, apesar de alguns não aparentarem carregar o segundo 'sapiens'. 
Demolido o argumento racial, a pintura a seguir apresentada expõe uma outra contradição:  
 
  Não é preciso apresentar traços fenótipos diferentes para se escravizar. É possível subjugar o outro por qualquer motivo: religião, ancestralidade, naturalidade, língua... ou até mesmo os próprios pares. Isaura poderia ser escrava em qualquer sociedade, em qualquer época. Não é preciso traçar distinções. Por exemplo, a todo tempo  nos deparamos no noticiário com reportagens de que certos grupos latinoamericanos exploram seus iguais fábricas clandestinas de tecelagens nos centros urbanos. Famílias inteiras em cortiços trabalhando todos os dias sem descanso. Ou, na mesma situação, os asiáticos, em similar modus operandi. Eu poderia citar: bolivianos! chineses! Nos modelos supraoferecidos, até mesmo brasileiros. Porém, são todos Homo sapiens sapiens submetidos por outros Homo sapiens sapiens, independentemente de peculiaridades externas ou internas diversas, que poderiam ser classificados de outras formas, exceto de "raça".

Daí a importância da leitura e reflexão de "A Escrava Isaura", pois, somente conhecendo o passado se compreenderá o presente, evitando mais erros no futuro. 

segunda-feira, 8 de março de 2010

Gnosticismo

Infelizmente confundem gnosticismo com misticismo. É tanta bobagem que se vê por aí...

Mas também é engraçado pensar numa religião, que não é religião. Não há teto, não há chão, não templo, não há sermão. Somente duas pessoas...

Um pupilo
e Um Mestre.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Série "Parece Ruim.. Mas é Bom" Capítulo I - King for a Day... Fool for a Lifetime

Talvez King for a Day... Fool for a Lifetime seja o disco mais obscuro do Faith No More. Com a saída do guitarrista Jim Martin, a banda perdeu muito em qualidade. Sem guitarrista fixo, o FNM acabou utilizando os serviços de Trey Spruance, da banda paralela do vocalista Mike Patton (Mr. Bungle).



Muitos dizem que é o pior da carreira do conjunto. Não discordo. Porém, por uma razão que até hoje não consegui compreender, é o CD do FNM que mais rodou no meu Player (?!).


Apesar da gravação tosca, poucos inspiradas e do afastamento criativo do tecladista Roddy Bottum, KFDFFL traz um sabor diferente a cada canção, uma métrica exótica e temas intrigantes.


Por não conter "hits", é difícil de enjoar. cada vez que se ouve, descobre-se um som singular, uma passagem não percebida, em suma, é para ser digerido aos poucos.


One-by-One:


A primeira canção "Get Out", composta por Patton, confessa tacitamente o tédio de ir adiante com uma banda sem rumo. É basicamente rock, bastante agradável.


Ricochet, que se segue, teve até videoclipe com baixíssima rotação. Todavia, é bem legal porque cria uma clima de música "fácil" verso-refrão-verso, mas sem explodir. O clímax nunca vem e isso torna apetitosa sua audição. Às vezes é bom ser contrariado.


Uma grata surpresa é a estranha "Evidence". A pérola aqui é o acompanhamento que o guitarrista Spruance faz com o piano de Bottum, tocando ambos exatamente as mesmas notas. O clima soturno da canção gerou um bizarro videoclipe. Ótima pra motéis.


"The Gentle Art of Making Enemies" talvez seja a mais pesada. Bastante simples, provavelmente quem conhece bem a história da banda perceba a tentativa de Patton de transformar o FNH num novo Mr. Bungle. Não conseguiu, contudo deixou uma ótima música.


"Star After Death" é uma bizarra canção estilo standards do jazz. Particularmente gosto, pela quebra do clima que dá ao disco.


"Cuckoo for Caca" talvez seja a melhor das faixas. Patton explora bastante os vocais guturais bem acompanhado pelo baixista Billy Gould. Acho que jamais tocaria nas rádios (por isso é bom!).


"Caralho Voador", assim mesmo em português, é uma divertida tentativa de tocar bossanova. Não conseguiram, nem mesmo as frases em português são bem proferidas, porém dá pra se divertir: "eu não posso dirigir / e agora aparece / meu dedo enterrado / no meu nariz" Dá pra entender?


"Ugly in the Morning", apesar de ser um autoplágio de Cuckoo for Caca, é a última música "estranha". O destaque fica só pela bateria Mike Bordin (hoje na banda do Ozzy). Gosto dos falsetes.


"Digging the Grave", provavelmente a mais pop, não chega a atingir o status de "radiofônica", porém é muito boa. 4x4, bem rock n' roll e assoviável. A melhor participação de Trey como "músico de estúdio". Após "Digging..." toda experimentação é colocada de lado :( para ser recheada por um lado-b repleto de música pseudo-pop. A qualidade cai bastante.


Mais um momento Mr. Bungle, "Take This Bottle", tem estrutura de soundtrack. Defino como "boazinha", só.


"King for a Day", composta por todos os membros do FNM, é uma clara demonstração de enfado e desencontro dos músicos. O som é bom, mas é um pouco arrastado. Aqui fica a sensação de "disco gravado para cumprir contrato". E veja que não é o último!


"What a Day" e "The Last to Know" são duas dispensáveis que somente preenchem linguiça. Não sei o porquê, mas eu escuto (?!).


Meu CD terminava com "Just a Man". Muito parecida com as músicas anteriores, não chega a "salvar" o disco.


Todavia, o que se salva mesmo é o lado-A. Salva pela forma incomum que se apresenta. É bom, pois não é fácil, suave, bem tocado (na verdade é bastante amador). Mas traz desafios sonoros, dissonâncias, e incômodos. O saldo é positivo para quem não se contenta com o usual.






Aproveitem.